Tanques romanos, de Angeiras e Villa do Fontão

Enterrada sob as areias da Praia de Angeiras encontra-se uma das mais notáveis estações arqueológicas de época romana no norte de Portugal. Trata-se de um formidável exemplo da arquitetura industrial romana que, em conjunto com outros vestígios semelhantes identificados na Póvoa de Varzim, constitui um conjunto de cetárias datado do Baixo Império Romano (séculos IV–V), único na região norte.
Estas estruturas compreendem seis conjuntos de tanques, perfazendo um total de 32 exemplares de formato retangular e trapezoidal, escavados no afloramento rochoso e distribuídos ao longo de cerca de 600 metros de areal. Estas estruturas destinavam-se à salga de peixe ou à produção de conservas, muito apreciadas na época romana, como o garum (uma pasta obtida pela maceração de diversas espécies de peixe e moluscos com vinho, azeite e outros ingredientes).

Tanques artificiais
Foram também identificados tanques artificiais com pavimento constituído por seixos e barro, delimitados por muretes de lajes graníticas, seixos e barro, destinados à extração de sal a partir da água do mar. É ainda provável que tenham existido outras cetárias em barro, já que surgiram alguns fragmentos que remetem para essa possibilidade, à semelhança do que se documenta em Tróia. Estas estruturas parecem corresponder a uma fase mais tardia da romanização (séculos III–IV d.C.).
Uma antiga villa romana
Já entre as traseiras da igreja paroquial de Lavra e a praia, encontram-se os vestígios de outra importante estação arqueológica, que constituiu o núcleo central do povoamento romano desta freguesia: uma antiga villa romana.
Embora não tenham sido realizadas escavações sistemáticas, há registo do achado de diversos elementos que comprovam a relevância deste sítio, nomeadamente partes de um mosaico e várias peças de cerâmica, recolhidas pontualmente e depositadas na década de 1940 no Museu de Etnologia do Porto.
Outros achados esporádicos encontram-se atualmente no Museu Paroquial Padre Ramos. Este local adquiriu particular importância durante o período suevo-visigótico (séculos V–VII d.C.), facto comprovado pela referência a Lavra como uma das paróquias citadas no Parochiale suevico e por um documento do final do século IX que menciona a existência de um mosteiro em Lavra, “de fundação antiga”.

O povoamento deste lugar da freguesia recua, contudo, a épocas muito anteriores, remontando às primeiras comunidades pré-históricas de agricultores e pastores do III milénio a.C., tal como indicam os vestígios de monumentos megalíticos no lugar de Antela. Ainda neste local, em sondagens levadas a cabo em 2004 pelo Gabinete Municipal de Arqueologia e História da Câmara Municipal de Matosinhos, foram identificados restos de um povoado pré-histórico, datado aproximadamente de 2500 a 1500 a.C.
Os tanques de salga da Praia de Angeiras estão classificados como Monumento Nacional.
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