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Serralves: Arte e Natureza em Harmonia no Porto

Um oásis cultural onde um museu de vanguarda, uma mansão Art Déco e jardins encantadores transportam os visitantes para uma experiência única no coração do Porto.

Ao entrar em Serralves, o ruído da cidade esbate-se. Fica-se com a sensação de atravessar um umbral para outro tempo. Um tempo onde a arte se respira, a arquitectura não se impõe, mas envolve, e a natureza não está apenas presente: comanda. Localizada a escassos minutos do centro do Porto, a Fundação de Serralves reúne três espaços singulares: o Museu de Arte Contemporânea, a Casa de Serralves e o Parque. O conjunto forma um raro equilíbrio entre passado, presente e permanência.

O museu: uma arquitectura que não se impõe

Projectado por Álvaro Siza Vieira e inaugurado em 1999, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves não é apenas um edifício: é uma forma de estar. As suas linhas brancas, deliberadamente simples, preferem o sussurro à grandiloquência. Siza desenhou um edifício que não quer ser estrela, mas cenário: a luz, os percursos, as janelas, tudo parece pensado para realçar o que está dentro e fora. A arte, sim, mas também as árvores lá fora.

A colecção permanente abrange obras desde os anos 60 até à actualidade. Mas o que distingue Serralves é a forma como cada exposição se encaixa no edifício como se sempre tivesse pertencido ali. As mostras temporárias sucedem-se sem pressa e sem histeria. Andy Warhol ou um artista que ninguém conhece, lado a lado. Porque aqui não se impõe o nome, mas a experiência.

Vale a pena parar na cafetaria, com vista para o relvado e o lago. Ou almoçar no restaurante com grandes janelas, onde o que se serve é mais do que comida: é pausa. Há ainda uma loja, discreta mas certeira, com edições que não se encontram em mais lado nenhum. E há domingos de entrada gratuita, porque a cultura deve ser um gesto generoso.

A casa: um certo gesto burguês

A Casa de Serralves parece ter saído de um sonho dos anos 30. Rosa discreto nas fachadas, linhas Art Déco, simetrias bem comportadas. Foi mandada construir por um conde industrial e tem essa mistura curiosa de gosto internacional e sobriedade portuguesa. Mais do que casa, é palco. E agora, também ela recebe exposições temporárias. As obras são muitas vezes escolhidas em diálogo com os salões, com as janelas, com os estúcos.

Subir a escadaria e sair para o terraço é um acto de revelação: o jardim formal estende-se como se tivesse sido penteado pela brisa. Espelhos de água, sebes recortadas, uma fonte ao fundo. Aqui tudo foi pensado para ser belo, mas sem arrogância. E talvez por isso resulte tão bem.

O parque: onde tudo respira

Com 18 hectares de matas, clareiras, roseirais e prados, o Parque de Serralves não é jardim nem floresta. É uma ideia. Uma ideia de espaço livre e cuidado, onde se caminha sem pressa e onde uma escultura pode surgir ao virar de um carvalho. Obras de Claes Oldenburg ou Richard Serra convivem com os patos e as crianças, e esse convívio tem algo de absolutamente natural.

Mais recente é o passadiço nas copas das árvores, o Treetop Walk. Um caminho em madeira, elevado, que oferece outra perspectiva: do alto, vê-se melhor. E sente-se o vento, os sons, as folhas a conversar.

O parque é também palco de eventos sazonais. O Serralves em Festa, em Junho, transforma todo o espaço num organismo vivo durante dois dias e duas noites. Música, performances, oficinas, crianças a correr com as caras pintadas. Mas mesmo nos dias mais tranquilos, Serralves não está vazio: está em espera.

Visitar: como quem visita um amigo

Chegar a Serralves é fácil. De autocarro, de carro, a pé se vier da Foz. Aberto todos os dias, com horários generosos e bilhetes combinados ou separados. Há quem venha só ao parque, há quem passe horas dentro do museu. Tudo é possível. E tudo pode ser leve.

Serralves não se visita uma vez. Não se esgota. Não se fotografa bem. É daquelas coisas que só se percebem estando lá. Como a amizade, ou o amor. Ou um fim de tarde com luz baixa a atravessar as folhas, enquanto uma escultura espera por ser vista.

Onde ficar

Para quem visita o Porto e quer explorar Serralves sem pressas, o Hotel Amadeos, em Matosinhos, é uma escolha sensata. Fica a poucos minutos de carro do museu e oferece o conforto essencial a quem procura descanso depois de um dia entre arte e natureza. Com boas ligações ao centro da cidade e à Foz, é também uma porta de entrada para descobrir o que o Porto tem de mais inesperado. Reserve com antecedência e aproveite os 25% de desconto imediato (use o código IN25 no nosso site). Cancelamento gratuito até 8 dias antes da chegada.